terça-feira, 6 de março de 2018

PROGRAMAS CULINÁRIOS: NEGROS E NEGRAS FORA DA TV BRASILEIRA

Na televisão brasileira o negro e negra são personagens ligados aos trabalhos domésticos ou à criminalidade. Se faz parte de uma família que discute o racismo as pessoas tem baixa autoestima, por exemplo a família negra da novela Carinha de Anjo. 

Segundo a mentalidade da sociedade brasileira a negra pode protagonizar a empregada doméstica, desde que não seja protagonista.  Tomando como exemplo do várias vezes premiado filme Que horas ela volta? protagonizado por Regina Casé, ela é a empregada doméstica. Por que não uma atriz negra para protagonizá-lo?

Se mulher negra pode protagonizar empregadas domésticas, será que não existe uma que possa fazer programas culinários? Não, quem pode é loira Ana Maria Braga e Palmirinha Onofre. Hoje assistindo tv no consultório médico vi o programa Mais Você e um quadro chamado Jogo de Panelas 24. Se negra podem ser empregadas doméstica, apenas uma negra pode participar deste quadro. Só tinha uma mulher negra. Então me pergunto. Quando uma mulher negra pode fazer alguma coisa na TV brasileira. Já respondi acima.

Interessante que a Rede Globo de TV debate o racismo e a homofobia apenas nas novelas, mas não põem em prática no cotidiano.



Todos os apresentadores de programas culinários da TV brasileira são brancos e concordando com a matéria A cor dos apresentadores de Tv no Brasil, podemos ter uma breve menção sobre isso! Deve ser por que negros e negras não gostam de apresentar programa no Brasil. Mas nesta fotografia existem dois homens negros e uma mulher negra, mas apenas a negra é a mulher por ter a pele mais escura.

Rosi Barreto
Boa leitura!

sexta-feira, 2 de março de 2018

QUANDO APRENDEREMOS A LER? NEM SEI.....

Na página do curso UPTE - Uso Pedagógico de Tecnologias Educacionais, que por sinal tem o nome errado. Deveria ser UTFG - Uso de Tecnologias das Ferramentas do G-mail, ou seja do Google For Education, li a matéria que está no link nas referências do texto. Ela fala sobre o analfabetismo funcional dos brasileiros. Para tal não precisa de nenhuma pesquisa lidamos com isso cotidianamente.

E não vamos conseguir alfabetizar pessoas por que somos adeptos do facilismo, visto que o programa de aprovação em massa promovido no Brasil é proposto para formar analfabetos funcionais nas escolas públicas, nelas muitos professores são induzidos a aprovar estudantes com zero na recuperação. Onde se diz que zero é nota. 


O estudante brinca durante o ano todo é aprovado na recuperação com nota baixa, e quem aprova somos nós. Depois, no ano seguinte, o próprio estudante vai na porta da sala fazer gozação com a cara do professor e dizer aos colegas para fazer o mesmo. Perturbar durante todo o ano. Simplesmente somos uma categoria que se diz formadora de cidadãos críticos que aceita essa imposição dos governos estaduais, e no final, se os estudantes são analfabetos funcionais como diz a matéria a culpa é do professor. 


E o governo vai liberar verbas para a educação. Mas... e a reforma do Ensino Médio vai permitir formar estudantes críticos e estes aprofundarão o seu potencial como leitores? As pessoas que pensam a educação no Brasil são as que tem um caminho dentro da educação? Não. Geralmente quem está nas secretarias de educação nada entendem de educação e delegam coisas surreais para serem desenvolvidas nas escolas. A exemplo de Walter Pinheiro para educação na Bahia e na época Waldir Pires para Ministro da Defesa do Brasil, ambos entendem o que da pasta que ocuparam? Outro exemplo o Curso Uso Pedagógico de Tecnologias Educacionais e não teremos quase possibilidade de aplica-lo na escola. A internet no Brasil é péssima e as escolas não estão aparelhadas para isso. Não têm os computadores nem a internet de boa qualidade.

Primeiro, o próprio professor não tem tempo para fazer leituras importantes para contextualizar o seu conteúdo com o cotidiano e se aperfeiçoar por que a carga de trabalho é pesada. Somos um exemplo: 40 horas/aula, Cate II, UPTE, SIAPP e ministrar aulas. Fora os trabalhos da vida cotidiana.


Segundo, enquanto sociedade não entendemos que estudamos para adquirir conhecimento, e sim nota de qualquer forma. Não importa se for estudando ou pescando, colando. Vemos as compras de gabarito, TCC, Dissertações e Teses.


Terceiro, estudamos para sermos alguém, mas o alguém veiculado pela mídia é Neymar Jr, Pablo Vittar, MC Beijinho, Inês Brasil entre outros. Basta ler a biografia de muitas celebridades brasileiras que em relação à vida acadêmica é zero. Contrário dos artistas estrangeiros, a maioria tem uma formação acadêmica consolidada. O artistas e celebridades brasileiros(as) não estudaram tanto assim e estão engordando as suas contas bancárias. Uma entrevista com uma dessas celebridades é uma tortura psicológica, muitos falam muito, mas a mensagem é uma tragédia. Não transmitem nada. Segue exemplo de um artista inteligente fazendo uma leitura da eleição do Presidente Jair Bolsonaro e a tragédia brasileira.




Quarto, diferentes das celebridades citadas acima, nós professores que estudamos tanto, o que temos? O salário defasado, somos a única categoria que para receber um aumento 7% divididos em 4 parcelas em dois anos, temos de fazer um curso com a probabilidade de ressarcir o dinheiro recebido caso não sejam aprovados no mesmo. Entramos em greve, tomamos porrada da polícia e voltamos para a sala de aula desmoralizados pelos nossos governantes que fazem malabarismo para não nos pagar e inventam um plano de carreira que nós mantém estagnados (as), enquanto isso as celebridades que ganham dinheiro para fazerem a propaganda da educação. Mumuzinho, Luciano Huck e  Regina Casé é convidada para ministrar palestra sobre diversidade na Unijorge. Pior do que isso é que não são artistas locais. Sofremos de baixa autoestima!

Quinto, somos agredidos cotidianamente nas escolas seja de forma física ou simbólica.


Sexto, quanto custa um livro? Todos os trabalhadores no Brasil podem comprá-los. E os que podem preferem se informar por meio das emissoras de TV, preferencialmente a Rede Globo, e a partir daí constroem seus argumentos baseados no achismo, além de, quando estudantes muitos compram dos seus trabalhos de final de curso ou fazendo um plágio da internet.


Sétimo, historicamente educação educação nunca foi uma prioridade no Brasil, no livro História das ideias pedagógicas no Brasil pode-se ver isto. 


Oitavo, todos os professores que atuam na educação deveriam ter doutorado. Os conteúdos que nos mostra a fórmula e estrutura alienante da educação e além das estratégias possíveis de mudar a educação está lá no topo, não na base. Na formação dos professores lidamos apenas com o conteúdo a ser ministrado na sala de aula, os demais debates importantes para compreender a façanha de nossa profissão ficam de fora. PCN, BCNN, Fundos para manutenção da Educação,  etc.


Nono, as nossas mazelas escravistas que entendem que filhos e pobres e pretos não podem ser educados igual ao filho do rico. Um país que admite duas classes de cidadãos, legislação que apoia trabalho escravo e seleção para professores sem remuneração não tem como evoluir. Os 260 anos para evoluirmos para uma nação que lê é muito pouco, por que com a nossa mentalidade não conseguiremos isso nunca e para o bem dos países ricos que sobrevivem de nossa exploração avalizados pelos nossos governantes. Quanto o governo está pagando à Google para fazermos um curso que nas condições atuas jamais praticaremos na íntegra? No vídeo abaixo, Apocalipse 16, Pregador Lu mostra com funciona o Brasil.



Décimo, Instituto federal de Educação de Tocantins abre vagas para professores sem salário. Pergunto-me, como professores podem fazer isto obedecendo a imposição federal? Ver link da matéria na referência.

Se continuarmos aceitando esse tipo de imposição, jamais sairemos do período do Brasil Colônia, é ainda onde está estagnada a nossa mentalidade.

Referências

O Brasil Levará 260 Anos para Alcançar o Nível de Leitura dos Países Ricos, Segundo o Banco Mundial. <https://serravallenaafricadosul.blogspot.com.br/2018/02/o-brasil-levara-260-anos-para-alcancar.html>.

Instituto Federal de Educação de Tocantins abre vagas para professores sem salário. <http://www.esquerdadiario.com.br/Instituto-Federal-do-Tocantins-abre-vagas-para-contratacao-de-professores-sem-salario-21687>.

Boa Leitura!
Rosi Barreto