quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

OS(AS) NEGROS(AS) DIZEM: NÃO MEXE COMIGO QUE EU NÃO ANDO SÓ, SERÁ MESMO?

 
    Fonte: Flicr da UFC

 Bom dia!

Um dia li no facebook! Racismo na UFC, como não nego logo pedi para ser adicionada. Fui a uma reunião, no CRESS (Conselho Nacional de Serviço Social), praça da Gentilândia, Benfica. Lá Conheci Lucas Aquino a vítima do racismo ufcenese. Tudo bem, muitas falas, muitas indignações, representantes de várias entidades todas insatisfeitas com o caso. Até cogitamos uma campanha que tomou corpo em outra reunião e se denominou: Não Mexe Comigo que Eu Não Ando Só: mexeu com um mexeu com todos. Muito bonito, bravo e agressivo. Todos unidos! Entrei nesta, mesmo sabendo que o resultado seria a morte da campanha em poucos meses, mas não devemos desistir e ir até o fim e ver no que daria. 

E foram reuniões, organização de campanha cujo lema foi supracitado. Como parte da campanha "organizamos" uma mesa de debates que se intitulou: I Mesa de debate contra o racismo na UFC. Estiveram como palestrantes pessoas gabaritadas como: Zelma Madeira (UECE/CEPPI), Cezário Correia (AGU), Pedro Cubas (FATE) e Diltino Ferreira (UECE - Mestre), Depois uma reunião proveitosa com o Vice-reitor para assuntos estudantis e depois com o Vice-reitor (ambos da UFC) . Sim!!! E então? Resolveu o que? Quando nos encontramos novamente, cadê o Fórum de negros e negras em combate ao racismo na UFC? Ah! graças a Deus e começaram a atividades no ano de 2016, no segundo semestre e...

O Fórum morreu, por alguns meses, acabou em sua forma física como acaba o fogo de palha do povo brasileiro. Permaneceu por alguns meses um espaço para postagens de informações racistas e antirracistas e vários likes. Ele ainda existe para isso apenas. As postagens muitas delas são feitas por acaso, quase nenhuma reflexão, apenas com visualizações e muitas curtidas. Mas não é apenas de curtidas que vive o antirracismo. Ele vive de ação. Agimos da mesma forma que com os políticos. Votamos e deixamos o resto para eles resolverem quando eleitos. Assim, quando eleitos fazem o que querem e não o que deve ser feito.
Experimentei, experimentei sabendo do resultado, chamei muitos para retornarem e ver a resposta da Reitoria, mas precisava constatar as minha suspeitas de que ninguém iria se pronunciar ou ficaria esperando. Se pronunciaram, mas não apareceram. Ah! Sim! As atividades ou compromissos repentinos. E ninguém se pronunciou para irmos juntos buscar as respostas da UFC.  Fui à reitoria sozinha e busquei informações sobre o caso. Solicitei que duas pessoa se disponibilizassem em qualquer horário para retornar à Reitoria, poucas curtiram e visualizaram. Nenhuma disse que iria, o dia que poderia e o horário. Eu fui objetiva, dizendo que só iria se duas pessoas se disponibilizassem. Nada! Agora eu pergunto, que luta antirracista é esta? Como podemos nos autorizar a criticar os racistas? E Lucas quantos estão com ele depois da mesa de debates e da reunião no Reitoria? Estamos aguardando o que? O Reitor fazer a campanha por nós ou acontecer outro caso de racismo para acender a nossa chama antirracista?

Agora e a hora da ironia:

Com esta demonstração  prática antirracista do imobilismo diante dos casos de racismo o que fazemos? Nos indignamos a cada caso que estoura no Brasil!. Fervorosamente criticamos os racista e postamos vídeos antirracistas como se estas postagens fossem resolver o racismo camaleônico, doméstico e cirúrgico (Carlos Moore) e crime perfeito (Kabengele Munanga) brasileiro. A postura do Fórum se enquadra nas premissas Carlosmoorianas e kabengelemunangiana. O racismo é muito forte e imobiliza até os que têm boa vontade, mas ele ainda esmorece e tira as forças para a continuidade na luta e as pessoa são levadas por ele sem perceberem. A nossa atitude está inclusa nas duas premissas supracitadas

Na postagem Reaja ou será morto, tratando do caso da senhora que não quer negros morando no mesmo prédio que ela. 1.331 pessoas foram alcançada. As página do Fórum tem muitos membros. Se duas pessoas não se dispuseram ir à Reitoria verificar se as sugestões apontadas pelo fórum, no ofício entregue na reunião com a Reitoria no dia 20 de novembro de 2015, não reagem, seremos mortos sim! Por que não temos coragem de enfrentar as coisas e queremos reações imediatas. Coitados de Zumbi dos Palmares, Preto Cosme, Luiza Mahiam, Dandara, Akotirene, João Cândido, os  mártires da Conjuração Baiana, negros componentes da Frente Negra Brasileira, Teatro Experimental do Negro, Associação dos Homens de Cor dentre outros se vissem a imobilidade dos jovens negros universitários, componentes de um Fórum de negros e negras em combate ao racismo, sem coragem de se disponibilizar a ir numa Reitoria para ver o resultado de uma sugestão do próprio grupo!

É por isto que dezenas de jovens negros estão sendo executados no Brasil, por esta razão que está crescente o racismo nas universidades e cresce mais ainda a ousadia do racista em se manifestarem nas rede sociais. Como brasileiros, brasileiras conhecem a reação dos brasileiros, não seria diferente com os negros e negras também brasileiras. Os ataques racistas são desconsiderados, exceto se acontecer com celebridade!

Um dia postaram no Fórum um vídeo que aborda a meritrocracia, onde duas pessoas negras são barradas pelas armadilhas da sociedade racista brasileira. Aí, eu pergunto. Nós negros agimos da mesma forma com os nossos irmão negros? O excluímos quando ele não compartilha de nossas ideias. Ah! somos democráticos é por isto! E quando estes mesmos intelectuais negros(as), não colaboram com o irmão negro(a), e quando querem os holofotes para eles/elas mesmos(as), sendo os porta-vozes dos outros negros(as). Quando querem se auto divulgarem postando os livros e artigos publicados, as palestras ministradas, as viagens para congressos internacionais. No facebook os artigos que publicam, os livros que escrevem e publicam. São estes mesmos intelectuais que ignoram os seus irmãos negros. E com esta atitude eurocêntrica dos(as) afro-brasileiro(as), ou afrodescendentes, ou afro-oportunistasos, eufro-descendente que o racismo brasileiro se alimenta.

Ah! O racismo de Fernando Pessoa. Somos expert em escrever textos e apontar o racismo dos outros, mas não temos a capacidade de analisarmos a postura, nossa de abandono e ignorância promovida por muitos dos nossos irmãos para os negros. Alguns intelectuais negros, nos campos de debates, se alguém divergir dos seus pontos de vistas acabou, o divergente está excluído do mapa acadêmico para a eternidade. Só fica o submetido, eles, os intelectuais, entendem que seja lugar de poder.

Ah! Interessante é a postura do militante, antirracista e anti-negro fazem uma palestra fabulosa, super emocionante. Mas  fingem não ver o outro, quando encontra na rua, e se fecha em grupo se aliando aos negros que lhe interessam, excluindo os demais. Detalhe importante é quando solicitamos colaboração, estes mesmos intelectuais antirracista ignoram o outro irmão negro, não responde e-mail ou fingem que não veem a solicitação de colaboração. Mas durante a palestra ele é antirracista e cobrador da atitude alheia. No entanto estes mesmos quando lançam um livro, publicam um artigo, ou organizam um evento ficam atrás destes mesmos negros que excluiu para fazerem números em seus eventos, ou seja prestigiarem.


Lucas Aquino

Depois deste texto,  muitos irmão negros(as) ficarão mais afastados(as), os que se afastaram mais afastados ainda, para evitar problemas. Como brasileiros que são não conseguem ouvir a verdade do que foi citado acima. Para outros eu sou bocuda, e ainda para outros uma pessoa da qual não se deve aproximar, quanto mais distante melhor. Por que? Uma pessoa que não vai medir as palavras para falar a verdade para os(as) que se dizem militantes e só militam em causa própria. Evitar problema e confusão, por que ainda sou problemática e confusioninsta. Claro que para os outros! Eu não me acho assim! 

Lucas Aquino sofreu com o racismo uefceense e foi abandonado pelos irmãos negros, o limite da militância e da luta foi o fórum  e a I Mesa de Debates. Depois ficou tudo a mercê da justiça que o colocou com réu.  E nós o que fizemos! nada!!!  O caso de Lucas não deu em nada! Ah! Esqueci, ele não é celebridade nem famoso!!!

O racismo brasileiro acabará quando o Brasil assumir ser racista e quando o(a) negro(a) e militante negros(as) brasileiros(as), tiverem como limite a exclusão do outro seu irmão negro e  nem se utilizar da própria desgraça do irmão negro para se promover.

Rosi Barreto

Referências


Estudantes da UFC realizam mesa de debate com temática do preconceito racia.<http://www.ufc.br/noticias/noticias-de-2015/7453-estudantes-da-ufc-realizam-mesa-de-debate-com-tematica-do-preconceito-racial>.

Reunião na Vice-Reitoria debate direitos humanos e combate ao racismo na Universidade. <http://www.ufc.br/noticias/noticias-de-2015/7527-reuniao-na-vice-reitoria-debate-direitos-humanos-e-combate-ao-racismo-na-universidade>.

O racismo de Fernando Pessoa. <http://www.geledes.org.br/o-racismo-de-fernando-pessoa/>

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

QUANDO NÓS NEGROS E NEGRAS CONQUISTAREMOS O PODER!

Bom dia pra que é de bom dia!

Viva Zumbi dos Palmares! Este líder negro lutou e manteve um quilombo ebulindo em cultura, defesa de sua população, organização política, práticas religiosas africanas e católicas por mais de 50 anos. Onde? No Quilombo dos Palmares e outros como ........ Eu fico pensando sempre, o que Zumbi Akotirene, Rainha Nzinga,  e outros lideres quilombolas ......pesariam se pudesse retornar como o mesmo Zumbi dos Palmares e visse como aumenta desastrosamente o extermínio da população negra. E mais, nós negros e negras o que estamos fazendo de concreto enquanto grupo? Fizemos sim! O Movimento Negro Unificado conseguiu  muita coisa. É uma das consequências é a promulgação da lei 10.639/03 que nos permite conhecer a nossa própria história: a dos africano-brasileiro (Narcimária Luz), a do Brasil,  a da África. Mas, parece que nunca conseguiremos sair da letárgica imobilizadora diante de tantas mortes. De certa forma também colaboramos passivamente para a nossa morte cotidiana apoiando as ações violentas da polícia.

Nós, negros como povo brasileiro concordamos com a vingança e a pena de morte. Também somos transversalizados pela sociedade da cordialidade, logo, muitas das vezes falamos muito, concordamos com muitas coisas e depois deixamos tudo para trás, ainda temos a tendência de afirmarmos que o que está errado está sempre certo, além de termos uma dificuldade imensa de reconhecer o erro e aceitar críticas. Isto dificulta demasiadamente a nossa luta antirracista. Não temos a capacidade de entender que não estamos fazendo quase nada que contribua em termos gerais com o desenvolvimento da população negra. É uma forma de pensamento autoritário, ditador enquanto dizemos que vivemos numa sociedade democrática de direito. E infelizmente a população negra está pagando caro pela falta de justiça. Entendemos que se alguém fez algo que aos nossos olhos é errado e algumas das vezes é errado, conclamamos que esta pessoa deva pagar com a morte, não clamamos por justiça. é impressionante esta atitude numa sociedade católica, evangelica, pátria do evangelho, solidária e humanitária.

Na ditadura só morria quem fosse denunciado ou suspeito de comunismo, ou seja ser contra o governo. Esta é a concepção do comunismo no Brasil. E agora? No país da democracia viva, exaltada, qualquer um basta ser negro, adolescente e ter algum volume nos bolsos ou até mesmo nada com foi o caso dos jovens fuzilados no Rio de Janeiro com 111 tiros, nós ficamos caladinhos como se nada tivesse acontecido. Acho que até agradecendo a Deus! No entanto fomos capazes de nos consternar com os atentado á França. Concluo que brasileiro não gosta de brasileiro. Por que?
1 - Aceitamos mortes cotidianas sem nos mobilizarmo e somos cristão, evangélicos, humanitário, solidários adontamos cães e gatos.... E até crianças brancas, abandonando as negras ao Deus dará, ou até que um branco a adote! Aí quando um branco faz isto existe ainda os que dizem que o fazem para aparecer, mas pelo menos fazem e nós fazemos o que?
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2 - Mesmo cristãos ficamos felizes quando matam um ladrão e dizemos nas missas todos os domingos que devemos perdoar os nosso irmão para ressuscitarmos e adentrarmos ao reino dos céus. E comungamos, e cantamos em nossos cultos e retornamos para casa assando por cima de cadáveres cotidianos.

3 - Apedrejamos pessoa que forem de religião de matriz africana, umbanda e candomblé.

4 - Somos negros mas mantemos nos longe de determinados negros que concluímos que podem ser melhores que nos, mais inteligentes, criticos, e usamos o mesmo técnica do branco EUropeu. Excluímos o negro que não concorda com algumas opiniões, mais uma face da cordialidade brasileiro, mas nos abraçamos quando reencontramos as pessoas e sentimos saudades mesmo quando não damos a mínima atenção para as mesmas no dia a dia.

5 - Ficamos apavorados quando um negro ou negra não alisa os cabelos, ou fazem permanentes. Não assumimos a nossa negritude, mas é porque o cabelo permanentado dá menos trabalho. Nós mesmos dizemos que os nossos cabeços são trabalhoso.

6 Aceitamos o sistema de educação que educa o filho do trabalhador e ainda deduzimos que ele (o filho do trabalhador) não quer nada, é violento,  indisciplinado quandro muitas vezes somos nos os professores que não temos bala na agulha para dar aulas de verdade e ainda apoiamos o racismo na sala de aula. Como intelectuais que conhecemos muitos de nós, conhecemos a história do negro no Brasil. Falamos de africanidade, comunalidade, ancestralidade por que não conseguimos nos unir?Seria a síndrome de Willich, ou a afrooportunidade e afrointeresse?

Mas, eu ainda fico pensando.... Por que não conseguimos nos unir? Por que os negros que ascenderam às Secretarias determinadas pelo governo, sendo uma para a mulher Secretaria Especial de Políticas Públicas para a Igualdade Racial (SEPPIR), e outra para homem Fundação Palmares. Mesmo assim, as ações são muitas frágeis e não atinge o problema no seu âmago, nenhuma delas desenvolvem ações contundente que obrigue o governo racista brasileiro a parar de matar negros. E nós, os intelectuais o que fazemos. Muitos de nós, fazemos autopromoção, mas ações concretas sobre o que nos afeta, nada de concreto. Muitos de nós falamos do EUrocentrismo, mas estamos sedo muitas vezes EUfrodescedentes.

Rosi.

VEJAM O BONEQUINHO ESPONJA DA CASA DO BBB 16?!






Bom dia!

William Bonner achou horrível o racismo que a sua colega Maju sofreu. Thaís Araujo, Sheron Menezes e Cris Viana sofreram racismo nas redes sociais. Foi uma comoção nacional #somosthais. Mas, a Rede Globo continua mantendo, promovendo e perpetrando o racismo em suas programações. E nós #somosquem? Vejam o bonequinho espoja da casa do BBB 16! Pelos comentários nas redes sociais, não só a Rede Globo, mas as pessoas que concordam com o utensílio da cozinha da casa também o são. No país onde o boneco foi lançado, e que a minoria de pessoas são negras ele foi considerado racista!

Mas, como o inventor do boneco sabe que os brasileiros(as) em sua maioria são imbecis, irracionais e idiotas iriam comprar a ideia do boneco achando-o o máximo, ainda sabe qoe estes diriam: - aqui (no Brasil) tudo é racismo também! No entanto, o boneco Finn do filme Star Wars sobrou na prateleiras nas seções de brinquedos das lojas brasileiras, é um boneco preto! Que contradição. Que besteira! Racismo no Brasil não existe, isto é besteira!! E é mesmo diante da forma como as pessoas reagem, inclusive a população alvo do racismo, e os que se dizem militantes do movimento negro. Muitos destes militantes e intelectuais negros(as) (não todos) só se sensibilizam se puder tirar proveito da situação racista com fins políticos partidários ou objeto de suas pesquisas, mesmo dizendo que os colaboradores pretos são sujeitos da pesquisa. Se a vítima do racismo não tender para nenhuma corrente partidária o militante do movimento negro se some como éter, principalmente se a pessoa vítima do racismo não aceitar a condição de objeto de manobra política. Eu sinto vergonha da incapacidade intelectual de maioria da sociedade brasileira.

Eu nunca vi ninguém usar cabelo de pessoas brancas simbolicamente como esponja para lavar pratos, mas como é o das pessoas negras pode. Mentalidade colonial e submissa de muitos(as) negros(as) brasileiros(as) fora das redes sociais, isto é na vida cotidiana, por que nas rede sociais todos são ferozes e fervorosos contestadores!
(Não todos) - Graças a Deus está surgindo uma nova levada de jovens militantes que já entendem as motivações de certos militantes e políticos afrointeresseiros e continuam na luta, agora com os olhos abertos para os afros de todos os dois lados. Ainda existem professores, intelectuais negros que nadam contra a corrente e lutam contra o racismo.

Rosi.