Durante
duas semanas pude experimentar um sentimento de felicidade, nostalgia
e indignação. Sempre que possível assisti as competições nos
Jogos Olímpicos.
Sobre
a felicidade: sou professora de Educação física e me aposentarei
feliz por isto, faço o que eu amo! Reclamo do meu salário, por que
o salário dos professores no Brasil é baixo e a cada governo que
passa ela é sucateada e maltratada de forma incrível, contudo o meu
objetivo maior é a educação acima de tudo. A minha riqueza é a
preocupação em formar pessoas menos alienadas, mais conscientes e
críticas, sobretudo que sejam capazes de ler a realidade social,
política e econômica em que vivem, não esquecendo que fazem parte de
mundo e também fazem a história do mundo. E mostrar que o Brasil
contudo faz parte do mundo e por isto precisa ser evidenciado de
forma positiva. E que apesar de tudo, mesmo vivendo dentro deste
turbilhão de injustiça e desigualdade social promovida pelos governantes
brasileiros precisamos lutar.
Da
nostalgia, reporto-me ao período que passei estudando Educação
Física, dos meus colegas e das minhas colegas, dos(as) professores(as), dos percalços que
passamos dentro da faculdade. Das nossas aulas teóricas
e práticas e
do que precisávamos fazer e
experimentar com o nosso corpo.
Tudo isto emergiu durante todo o tempo que assistia as competições,
cada
prova, cada atleta, cada país. Este
conhecimento associado a outros que adquiri durante todos estes anos
me possibilitaram fazer comparações sobre
o investimento do Brasil no esporte e de outros países. Observei
novos países se destacando no mundo dos esportes
competitivo de alto nível. Lembrei que a competição e medalhas são
belíssimos, do que cada atleta passa por um
momento de fama, que
vai repercutir durante toda a sua vida e da
responsabilidade de cada um deles no momento de cada prova. E
o pódio, ele é resultado de muitos anos de trabalho. Uma medalha de
ouro,
prata ou bronze é
uma vida dedicada ao esporte.
Dos países emergentes nos jogos olímpicos cito apenas os
exemplos de
Bahrein e Fiji.
Os
jogos
olímpicos têm
a beleza de mostrar os melhores, todos são os melhores. As
Olimpíadas tem
em si a
beleza de trazer os melhores. Todos
são bons, visto que estiveram presentes no grande evento, mas dentre
os melhores emergem ainda
os melhores dos melhores, os
medalhistas e os seus treinadores. Todos
eles
com medalhas ou sem medalhas merecem
respeito. Devemos
torcer para o nosso país,
mas que vençam os melhores,
e todos, todos devem ser aplaudidos. A
medalha
é o resultado
do
investimento
do país no esporte e na educação.
No
nosso caso brasileiro, ganham os medalhistas militares. As Forças Armadas que
investem em atletas prontos, um reflexo do não investimento dos
governos brasileiros em educação e esporte de base. Como sempre, o meu país utiliza atalhos para alcançar os objetivos. Um atleta se faz com planejamento e anos de
trabalho o que o Brasil não poderia fazer em 7 anos e o investimento no militares seria a melhor escolha. Não foram em 7
anos que se formaram Michael Phelps e Usain Bolt.
Da
indignação de perceber que estamos nas escolas públicas, sabemos o
quão belo é o esporte e a educação não podemos fazer o nosso melhor. Muitos
daqueles atletas foram descobertos nas escolas. Nossa
sala de aula é
a
quadra, mas
nas escolas públicas brasileiras elas
são de péssima qualidade, sempre descobertas e se chover não tem aulas
práticas. A
melhor parte de nossa atuação é
a nossa liberdade, é a quadra.
Nesta sala, em espaço aberto, vários conteúdos emergem desde o
relativo à
questão de
gênero, o
espírito de
competitividade, coletividade, respeito
onde podermos despertar em nossos alunos o que de melhor eles
tiverem. Mas para isto precisa de algo maior a valorização do
estudante, do professor e do povo brasileiro dentro deste cenário.
As
vaias! Foi
a pior manifestação da torcida brasileira em não compreender o
espírito do esporte olímpico, torcemos pelo nosso país, mas não
podemos desfazer dos demais. Temos
de torcer para que vençam os melhores, mesmo que dentre eles não
esteja o Brasil.
Da
Indignação, a parte
mais dolorosa é saber que para atividades ligadas ao esporte como
Copa das Confederações (2013),
Copa do Mundo (2014),
Jogos Olímpicos e Paralímpicos (2016) foi o resultado foi terrível para a população negra e pobre. Estes sob a justificativa
do
legado destes
eventos para
o Brasil viram o esforço de toda uma vida destroçado: muitos
perderam as suas casas da pior forma
possível forma expulsos dela. De
uma hora para outra se tornaram fora da lei. Os governos
expulsou cada pessoa, cada família "indesejada" dos locais que estavam
próximos aos de competição e de onde justificaram ser
preciso a “remoção” para
modernizar o
país e
promover mobilidade
urbana. Esta injustiça vem para uma parte da população a negra e
pobre, cito
apenas um exemplo de milhares, os
moradores da Vila Autódromo que foram expulsos de suas casas
por causa das Olimpíadas de 2016. Que
país é este? Não
esqueci que muitos brasileiros pobres e
negros que estão sofrendo com a mesma intensidade que os atletas
estão felizes com uma medalha olímpica no peito. A minoria de brasileiros se beneficiaram com estes eventos esportivos esportivos
internacionais realizados no Brasil. Eles não estavam nos estádios! O governo brasileiro
precisava dividir o lucro das Olimpíadas e parte de nossa terra com
grandes empresas e empreiteiras, temos como exemplo o candidato à
residência
dos Estados Undos Donald Trump e
as empresas OAS, Odebrecht.
Boa
Leitura!
Bem
vindos ao Blogue!
Rosi
Barreto
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